
Eros, Desejo e a Busca por Significado
Psicóloga Ellen Mota
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Eros, deus grego do amor, do desejo e da conexão. Representado como uma figura alada, ele simboliza a força que une os seres, despertando paixões e impulsionando encontros. Filho de Afrodite, deusa do amor.
Eros transcende da mera atração carnal, ele é o princípio que move a alma em direção ao outro e ao próprio desconhecido, é a energia psíquica que nos leva ao vínculo, à criação e ao sentido. Ele é o fio que entrelaça os seres humanos, que nos arranca da solidão e nos empurra à busca por algo maior. Não se resume ao desejo imediato; ele é também busca e transformação. E é nesse movimento que encontramos o verdadeiro significado do querer, do sentir e do existir.
Eros é a força que nos move, o impulso que nos conduz ao encontro, à união e à transformação, é a energia que estrutura nossa psique e dá sentido à existência. Ele é o fio invisível que nos liga aos outros, ao mundo e a nós mesmos, impulsionando-nos a buscar significado na vida.
O desejo é sua expressão mais evidente. Ele nos desperta do sono da inércia e nos coloca em movimento — seja na sede por amor, conhecimento, realização ou transcendência. No entanto, quando guiado apenas pela falta, o desejo se torna um ciclo vicioso, um eco incessante que nos faz repetir caminhos vazios. Sem direção, ele pode nos condenar à insatisfação perpétua, ao esquecimento do que verdadeiramente nos nutre.
O desafio está em transformar o desejo em algo que transcende a mera satisfação imediata, permitindo que ele se torne um canal para o crescimento e a individuação. O desejo, quando integrado, nos ensina sobre nossas necessidades mais profundas e nos conecta com aquilo que verdadeiramente importa.
Não deveríamos viver apenas de necessidades biológicas; precisamos de sentido para existir. Eros, quando vivido em sua plenitude, nos conduz a essa busca pelo significado. Ele nos leva a querer compreender a nós mesmos.
Porém, para que o desejo não se perca em impulsividade e para que o significado não se torne uma abstração distante, é necessário um equilíbrio entre Eros e Logos. O Logos representa a razão, a clareza e a organização, enquanto Eros é a ligação, o fluxo e a emoção. Quando um se sobrepõe ao outro de forma excessiva, a vida pode perder o brilho (quando o Logos domina) ou se tornar caótica e ilusória (quando o Eros está descontrolado).
Encontrar esse equilíbrio significa permitir que o desejo seja guiado pelo sentido e que o sentido seja vivido com paixão e entrega. Dessa forma, Eros deixa de ser apenas uma força inconsciente e passa a ser um caminho consciente para a realização do si mesmo.
Eros é desejo, mas também é busca. Ele nos impulsiona a ir além do imediato, a conectar-nos com os outros e com o mundo de maneira significativa. Quando cultivamos essa energia com consciência, encontramos um caminho para a totalidade, onde o desejo não é apenas um fogo que consome, mas uma chama que ilumina.
Afinal, viver com Eros é permitir-se desejar e, ao mesmo tempo, encontrar sentido naquilo que se deseja. É dançar entre o querer e o compreender, entre o sentir e o transformar. É fazer do desejo um portal para algo maior: a realização da própria essência.
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