Ahh, o amor...

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  Ahh, o amor… Sempre envolvido em mistério e fascínio, desenhado em mitos, cantado em versos, carregado de promessas eternas. Nos contos de fadas, ele chega como um furacão, arrebatador e inevitável, carregando consigo a ilusão de completude, como se o outro fosse o pedaço que nos falta, a chave que encaixa perfeitamente em nós. Mas o amor, esse encantador de almas, muitas vezes nasce da projeção, dessa doce ilusão de enxergar no outro um espelho de nossos próprios anseios.

 No início, o amor veste um véu, transformando o amado em um ser sem falhas, sem sombras, apenas luz. Acreditamos ter encontrado a tão sonhada "alma gêmea", um porto seguro. Mas o tempo, sempre sábio, revela as projeções que se dissolvem, e sob esse véu fantasioso, surge o humano real. Com suas imperfeições, suas manias, e é nesse momento que o amor pode florescer… ou desvanecer.

 O amor real não se alimenta de ilusões, mas de encontros verdadeiros. Ele nasce quando deixamos de exigir que o outro nos complete e passamos a amá-lo pelo que é, e não pelo que desejamos que fosse. Ele não pede fusão, mas harmonia; não exige perfeição, mas presença. Enquanto o amor romântico é fogo que queima intenso e rápido, o amor real é chama serena que aquece e ilumina.

 O desafio está em caminhar entre a magia e a maturidade, permitindo que o encanto permaneça sem se deixar aprisionar por fantasias inatingíveis. Amar verdadeiramente não é se perder no outro, mas encontrar um lar onde duas almas podem coexistir sem se apagar. Não é buscar no outro o que nos falta, mas construir, juntos, um espaço onde o amor seja um caminho e não apenas um destino. Pois o amor real não é um conto de fadas, mas uma história escrita a quatro mãos, dia após dia, em páginas de entrega, respeito e escolha.